domingo, 15 de novembro de 2009

POEMAS SOLTOS

As estrelas
chamam-me
para onde as ondas
não me podem levar.




Entre linhas,
estou eu a
escutar
os segredos das frases.




O que me angustia
é saber
que estou preso
no mundo -
prisão de portas abertas.





Teu amor,
para mim
é tudo.

O meu,
para você,
uma comédia
.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

ÓH! SOL

Neudes de Lucena

Oh! Sol.
Que outros fujam a tua luz,
que importa.
Redobra tuas chamas
e dá ânimo a minha existência morta.
Consome tudo o que há de impuro em mim.
Indica-me o caminho escondido de Deus.
Mostra-me o meu irmão que tem fome
.

É DOCE SONHAR

Luís Gustavo de Lucena


A noite.
O sonho.
O futuro incerto.
Uma mentira figurada
com bordas fortes,
cores vivas,
sobre coisa nunca pensada.
É doce sonhar.
Amarga é a realidade, ao acordar
.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MEU ANJO DA GUARDA

Luís Gustavo de Lucena

Gostaria de saber
quando vão substituir
meu Anjo da Guarda,
já cansado e sem força
para tocar a trombeta,
na derradeira hora.

ÁGUA CAINDO DA CASCATA


Neudes de Lucena



Adoro
água caindo
da cascata.

Gosto de sentir
sua força
batendo em meu corpo,
e partindo,
sem sofrer...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

MEU GRITO



Neudes de Lucena

Não sussurro palavras.
Grito a plenos pulmões,
minhas angústias e sofrimentos.
E é tão franco e sincero
o meu grito,
que chega a parecer um poema.
Agosto/1969

sábado, 31 de outubro de 2009

MEU OLHAR

Neudes de lucena


Senhor,
a noite chegou.
vou cerrar as pálpebras
meus olhos concluíram mais um dia
contemplando o mundo que criaste e
que os homens tentam modificar.


A noite,
volto meu olhar
para a minha alma
transportando-a
à luz e ao calor de Teu sol.
Então,
oro a Ti,
clamando por nova manhã clara,
para que, ao abrir os olhos,
de alma lavada,
eu possa servir ao Senhor,
meu Deus.


Senhor,
torme meus olhos bem claros,
bem abertos;
meu olhar bem firme,
bem reto,
mas jamais um olhar
desiludido,
desabusado
ou deseperado...


Senhor,
que meu olhar desperte fome de pureza,
seja límpido,
cheio de graça,
nunca perca a ternura.
e a capacidade de chorar.
Que meus olhos,
nunca se fechem por medo,
e para a miséria do mundo,.
mas, tão só,
para melhor Te encontrar.












< / p>

UM CANTO

Neudes de Lucena

Do meu canto
vem um canto,
suave,
leve
que me acalma,
sossega meus pensqamentos
e
aquieta minha alma.

TRILHEI LONGOS CAMINHOS

Luís Gustavo de Lucena



Trilhei

Caminhos Longos.

procurando

O verdadeiro sentido da vida.

Na caminhada,

conheci gente pobre,

sem nada,

Mendigos

catando comida lixo não

Encontrei.

crianhas,

quase nuas,

andando,

pelas ruas,

chorando

(como ainda conseguem chorar)

num Selva de Pedras,

Onde Vivem poucos,

muito que tem,

Mas,

nada para dar.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

HOMENAGEM A THIAGO DE MELO



Foto com o poeta Thiago de Mello, extraida durante uma solenidade promovida pela União Caxiense de Estudantes Secundário (UCES), na época em que ela foi por mim presidida. Nessa ocasião, escreveu-me um poema que guardo até hoje e diza assim:
Estive doente
Doente de tudo
Dos olhos, da boca,
do nervos até.
Dos olhos que viram
Mulheres perfeitas
Da boca que disse
Poemas em brasa
Dos nermos manchados
De fumo e café.
Estive doente
Doente de tudo
Estou fatigado
Nãoposso escrever
Eu quero um punhado
De estrelas maduras
Eu quero as delícias
Do verbo viver.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

APENAS UM SONHADOR

Neudes de Lucena



Meu velho,
tu que colocas
sonho rodopiando
no carrossel de minha cabeça,
faz-me fruto de tua colheita
filho de tua eterna família.


Não quero continuar
sendo sempre o herói
de velhas estórias
e nem
a maior vitrina de um grande desastre.
Quero que me faças,
apenas,
um sonhador.


E que,
sonhando,
eu encontre
o melhor caminho
e a melhor filosofia de vida.
Um caminho
que me leve à morada da liberdade;
uma filosofia
que me transforme
numa peça,
ajustada,
perfeitamente adaptada
a uma engrenagem social
humana,
justa,
livre,
que me assegura a paz que tanto busco.

Caxias do Sul, dez/1969

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

UM POEMA TRISTE

Neudes de Lucena


A solidão fez da minha vida
um poema triste.
Guardo no pleito
um coração cheio de amor.
No cérebro,
pensamentos desconexos
buscam a razão de viver.
Olho!
Nada vejo ao meu redor.
De repente... bem de repente,
outros fantasmas esfarrapados,
surgem das entranhas da terra,
e dançam na minha existência vazia,
ritmos exóticos e desesperados.
E, um misto de angústia e mêdo
invade todo o meu ser.


Caxias 1970

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

DIA UNIVERSAL DA CRIANÇA

Neudes de Lucena



Joazinho.
Lá em casa me ensinaram
Deus que existe,
que é bom e justo.
Não acredito, Joãozinho.
Não acredito, não.
Se existisse Ele,
bom e justo como dizem meus pais,
certamente nos teria feito
todos iguais.
Não acredito, Joãozinho.
Não acredito, não.
Se Ele é bom e justo,
Por que você é rico
e eu não?

SONHO

Luis Gustavo de Lucena


Sonho,
Triste ilusão,
Realidade sonhada.

A vida
Medalha faz da sua paz.

Meu sonho
é o contrário de meu estilo de vida.
Meus problemas
vão além de dúvidas simples.

Através do sonho
faço meu pensamento funcionar,
não como máquina,
Mas, como o coração de um pacificador.

Sonhando,
idealizo o mundo.

No mundo do meu sonho,
Guerra
é o ciúme entre as flores,
E a paz tem tantos servos como Deus.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

INCAPAZ DO SIM E DO NÃO

Neudes de Lucena





Gosto das noites claras,
onde tudo em silêncio arde
.

Ao luar,
Contando estrelas maduras,
Não estou sozinho.

Tenho medo da escuridão.

As trevas Tornam-me cego e indiferente.
Incapaz de fazer sim e do não.

Somente a paz das noites de luar
me mostra o caminho do céu.
Flores da Cunha, RS 1970

SONHEI COM UM LOUCO

Neudes de Lucena





Sonhei
um louco com
Caminhando da noite dentro.
Uma noite diferente,
Havia luzes,
enfeites havia.
Havia alegria.
Alegria
Coletiva
Pura,
Cínica,
chocante,
Mas havia,
Em todos os semblantes,
menos não do insensato,
que chorava,
Gritando palavras desconexas
contra a multidão,
como se esta fosse a culpada
Haver de amargura em seu coração.


2


Uma multidão prosseguia
indiferente,
abafando como Blasfêmias do demente,
com seus cânticos de paz,
Fogos de artifícios
e com os gritos felizes
das crianças
soltando balões de gás.


3


De repente
Tudo se Transformou.
A pós-se uma multidão chorar
E o louco a sorrir.
Era a morte do sonho.
Era uma esperança
um morrer com a noite.
Era uma realidade dura
de um novo dia a surgir.


4


Os Cântico de paz
transformados em prantos
de sangue a correr pelo chão.
Os fogos de artifícios
em bombas de guerra.
O riso alegre das Crianças
em tristes lamentos de
Inocentes pedindo pão.
As mensagens de amor,
de Paz
Para os homens de boa vontade
na terra,
em tristes notícias
de crimes,
revoluções,
inflação,
Fome,
Dor,
luto,
Ódio,
Guerra.


5


O louco
sorriu, cínico,
Mas sorriu.


Então,
Acordei
com uma sensação
de que o eu era louco.


Natal, 1970

PRECISO ME LIBERTAR

Neudes de Lucena


Não.
Não suporto mais
passividade esta
morna,
Mansa,
Mansa,
inconscientemente que
estou deixando
Tomar conta de ser meu.


Preciso
me libertar,
para Liberto,
seguir meu cominho,
Horizontes sem,
levando meu canto,
por vales e Monte
Até a felicidade da mora.


Não nasci para o conformismo,
esta prisão invisível,
O homem que mantém
recluso em si mesmo.
Prefiro
seguir a esmo,
Curtindo a incerteza de
Novas aventuras,
a me engajar
ao rol das Criaturas
que,
conformadas,
perderam a vontade de cantar.


Quero meu verso,
jogado ao vento,
Transmitindo Alento
aos desanimados,
que fugiram a luta
Antes da Batalha.
Quero transformar meu canto
nenhum manto que agasalha
E, com meu cantar,
sorrido adormecer
meus desafortunados irmão.


Quero meu verso
amor ensinando,
mitigando a dor,
Lágrimas secando,
levando otimismo aos corações
angustiados.


Preciso, com urgência,
me libertar,
para Liberto,
seguir meu caminho,
Horizontes sem,
cantando;
E que
meu canto,
por montes e vales,
Siga Despertando Consciências,
Saciando a sede
E a fome,
libertando o homem
do próprio homem.

.

ACORDEI COM O DESEJO

Neudes de Lucena


Acordei com o desejo
de sair por ai
uma angústia minha gritar.

Os homens do universo
Agitam-se em meu cérebro exausto.

O remorso CoRoe-me as entranhas
Como se eu fosse
o responsável pela matança Vietname não.

Meus ouvidos escutam
lamentos estranhos
dos que, famintos,
Vivem não,
vegetam.

Diante dos meus olhos,
Fantasmas e Demônios
dançam uma dança da morte.

Estarei ficando louco?

Ai, quem dera ...

Ai!
quem dera
existisse UMA FORÇA
Capaz de fazer os homens
pararem para pensar,
um segundo,
um segundo las,
Tempo suficiente
encontrarem uma solução para
para os problemas do mundo
.

NEGRO VELHO

Luís Gustavo de Lucena





Negro Velho,
andarilho dos caminhos da vida,
que embora pobre e maltrapilho,
andavas por atalhos,
Semeando amor,
Galhos quebrando,
sorrindo, sempre,
Ao som do canto dos pássaros,
no riacho do prazer.


Um Rei parecias,
quando, no cume da montanha,
lá em cima,
Mais perto do céu,
um Deus semelhante,
ficavas, frente ao Sol,
Carinhosamente
a me ensinar
a amar a vida
que,
muitas vezes doida,
Suportar conseguistes.


Agora,
Chegou a tua hora.
Te colocaram na cova fria,
bem junto ao Cipreste,
e eu,
Velho Mestre,
Fico aqui sem tua proteção.
Acabou-se a poesia,
Mas a lição foi aprendida.


Como me ensinastes,
Seguirei
Vivendo
(sorrindo ou chorando)
que importa?
Sou livre.
E, Liberto,
Andarei em frente,
como tu fizestes, meu Preto Velho,
lançando uma semente
do amor
nos corações de novas gentes.

MENSAGEM

Luis gustado de Lucena


1.

Meu velho.
Vem comigo,
Vamos sentar ali,
À Beira daquele córrego,
de água pura e limpa,
como a vida que sonhamos.


2


Deixe que uma brisa
Mexa os cabelos teus
e leve TEUs
Pensamentos
para outras cabeças.


3


Deixes
Teu amor
Junto à pureza do Córrego,
Para que uma correnteza
o leve para outros corações.


4


Permita que o sol
te ilumine,
Porque DELE
Vem a luz eterna,
que te encherá de paz.


5


Mas,
Não deixe que esta luz
te segue.


6


Permaneças
úmido como uma corredeira da Pedras,
Para Que teus desejos
escorreguem,
por entre elas,
Sigam e livres,
feito uma água,
para o mar.


7


Entretanto,
se nada disso conseguires,
Suba ao alto daquela montanha,
Beira que a cidade
e despeje,
ar não poluído,
a tua raiva,
para que se misture
uma das pessoas que la Agitam se,
Porque elas,
também,
Não entenderam a minha mensagem
.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

SOLIDÃO

Luís Gustavo de Lucena


A solidão me corre.
Leva pouco a pouco,
minha vontade de viver.
Já gosto do meu quarto,
onde passo
tardes e noites entermináveis,
pensando o que fzer
com o resto de ternura
que,
com muito custo,
ainda conservo
dentro
de mim.

sábado, 19 de setembro de 2009

SEREI UMA ÁRVORE

De: Luis Gustavo Lucena

A chuva
cai calma,
numa tarde de outono.

As árvores
a minha frente,
nem apenas tremulam,
ao soprar do vento.
Estão secas,
sem folhas,
e sem movimento.

Serei uma árvore...?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CARTA AOS MEUS NETOS




Quando eu for grande quero ser

Um bichinho pequenino

Para me poder aquecer

Na mão de qualquer menino

Quando eu for grande quero ser

Mais pequeno que uma noz

Para tudo o que eu sou caber

Na mão de qualquer de vós

Quando eu for grande quero ser

Uma laje de granito

Tudo em mim se pode erguer

Quando me pisam não grito

Quando eu for grande quero ser

Uma pedra do asfalto

O que lá estou a fazer

Só se nota quando falto

Quando eu for grande quero ser

Ponte de uma a outra margem

Para unir sem escolher

E servir só de passagem

Quando eu for grande quero ser

Como o rio dessa ponte

Nunca parar de correr

Sem nunca esquecer a fonte

Quando eu for grande quero ser

Um bichinho pequenino

Quando eu for grande quero ser

Mais pequeno que uma noz

Quando eu for grande quero ser

Uma laje de granito

Quando eu for grande quero ser

Uma pedra do asfalto Quando eu for grande...

Quando eu for grande...

Quando eu for grande quero ter

O tamanho que não tenho

Para nunca deixar de ser

Do meu exacto tamanho


"Quando Eu For Grande

(Carta aos Meus Netos)" -José Mário Branco

sábado, 29 de agosto de 2009

VIVO VADIANDO


De Luís Gustavo de Lucena
Vivo
Vadiando à luz do sol,
perto da natureza,
que beleza.
Ando sozinho,
por longos caminhos,
colhendo flores,
ferindo-me nos espinhos.
Um lugar assim,
um belo jardim
Florido,
perfumado
é o meu lugar preferido
para repousar
meu corpo
Cançado,
dolorido,
quase morto.
É onde,
mesmo sem confrorto,
encntrarei paz para dormir,
à luz do luar.