sexta-feira, 9 de outubro de 2009

NEGRO VELHO

Luís Gustavo de Lucena





Negro Velho,
andarilho dos caminhos da vida,
que embora pobre e maltrapilho,
andavas por atalhos,
Semeando amor,
Galhos quebrando,
sorrindo, sempre,
Ao som do canto dos pássaros,
no riacho do prazer.


Um Rei parecias,
quando, no cume da montanha,
lá em cima,
Mais perto do céu,
um Deus semelhante,
ficavas, frente ao Sol,
Carinhosamente
a me ensinar
a amar a vida
que,
muitas vezes doida,
Suportar conseguistes.


Agora,
Chegou a tua hora.
Te colocaram na cova fria,
bem junto ao Cipreste,
e eu,
Velho Mestre,
Fico aqui sem tua proteção.
Acabou-se a poesia,
Mas a lição foi aprendida.


Como me ensinastes,
Seguirei
Vivendo
(sorrindo ou chorando)
que importa?
Sou livre.
E, Liberto,
Andarei em frente,
como tu fizestes, meu Preto Velho,
lançando uma semente
do amor
nos corações de novas gentes.

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