No meu canto, quieto, ouvi um canto vindo do canto de meu coração Um canto , um lamento um pranto, sofrido, doído que me rouba a razão Um canto vindo do canto morto, de um passaro preso que deseja ser solto, para livre voar. Um canto triste, lento, que, levado pelo vento, se perde no ar. Um canto sem melodia. Um gemido dolorido, agonia de quem está preste a explodir, por não suportar o canto e não encontrar um canto para onde ir
MEU FILHO
Neudes de Lucena
Luís Gustavo, meu Filho, teu canto é um canto de saudade, um canto sem vontade. É um canto de apertar o peito, de escurecer a mente, de confundir a gente, de turbar a razão, de quem procura um geito de acomodar o coração. Ah! Filho. Pare com esse canto tolo. Sai desse canto morto. Escolha outra melodia. Não suporto mais esse gemido, triste e dolorido. Pegue o pandeiro de uma escola e caia na folia. Dê a alguém uma esmola e observe como 0 pouco pode provocar alegria em quem, quase louco, está no canto, morto. Devolva ânimo ao pássaro solto, para que, livre , volte a voar.
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